ONU lança ferramenta online para ajudar planejamento de cidades e reduzir desastres


19 de abril de 2012 · NotíciasA Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UN/ISDR) lançou na quarta-feira (18/04) a “Ferramenta de Auto-Avaliação do Governo Local”. A iniciativa faz parte da campanha “Fazendo Cidades Resilientes” e busca ajudar cidades a estabelecer linhas de base, identificar lacunas de planejamento e investimento na redução de riscos e adaptação às mudanças climáticas.

A nova ferramenta online foi testada em 20 cidades e permitirá, pela primeira vez, que municípios apresentem dados para os relatórios nacionais em andamento.

“As cidades estão na linha de frente da redução de risco de desastres e tiveram de suportar perdas de 380 bilhões de dólares no ano passado por conta dos desastres”, afirmou a Diretora da campanha, Helena Molin Valdés.

Segundo Valdés, o projeto faz parte do plano para substituir a estratégia acordada por 133 países, conhecida como Marco de Ação de Hyogo que expira em 2015.

A UN/ISDR também anunciou que mais de 1.000 cidades já aderiram à campanha, que está criando uma rede de ampliação de alianças para a redução do risco de desastres. Atualmente, 25 parceiros que trabalham com UNISDR para apoiar a campanha, incluindo a associação Governos Locais pela Sustentabilidade, que tem uma adesão de mais de 1.200 cidades, vilas e comarcas.

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“Metas para o desenvolvimento sustentável”, artigo de Oded Grajew – Folha de S.Paulo


Publicado em: 23/04/2012 – 11:35

 

É preciso um novo modelo de metas e indicadores: na contabilidade do PIB, não medimos o esgotamento do nosso patrimônio ambiental

O atual modelo de desenvolvimento tem se mostrado totalmente insustentável.

Estamos esgotando os recursos naturais (já extraímos do planeta 50% a mais do que ele á capaz de repor), matando nossos rios e mares, poluindo o ar, estrangulando as vias de circulação, baixando a qualidade de vida nas cidades e aumentando a desigualdade social mundial.

A maioria dos cientistas e as evidências nos alertam que o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas consequentes são uma real ameaça à sobrevivência da espécie humana.

Este modelo insustentável de desenvolvimento foi uma escolha de governos e sociedade que privilegiou o estabelecimento de indicadores econômicos e de metas de crescimento para a economia.

A avaliação de governos e países é feita prioritariamente pela variação do PIB, os números da bolsa e das moedas são anunciados a cada meia hora pelas rádios e TVs e a cada minuto pela internet.

Na contabilidade que acompanha o crescimento econômico, não medimos, por exemplo, a diminuição e o esgotamento do patrimônio ambiental que alimenta nossa vida.

Temos de definir um conjunto de indicadores baseados em outros princípios e valores que nos permitam ter a visão de um novo modelo de desenvolvimento e estabelecer metas que nos conduzam na direção de uma sociedade justa e sustentável. A escolha dos indicadores é fundamental, pois só podemos agir de forma consequente e cuidar daquilo que podemos conhecer e medir, até para agir preventivamente.

Uma série de iniciativas pode fazer do Brasil exemplo no estabelecimento de novos indicadores e metas para o desenvolvimento sustentável.

A Rede Nossa São Paulo criou o Irbem (Indicadores de Referência para o Bem Estar nos Municípios), um conjunto de indicadores de percepção que acompanha a qualidade de vida nos municípios.

Foi também em São Paulo que foi introduzida, na lei orgânica do município, a obrigatoriedade de todo prefeito apresentar um plano de metas para a sua gestão que contenha todas as promessas de campanha.

Todas as metas devem contemplar o desenvolvimento sustentável da cidade. Outras 27 cidades seguiram o exemplo e introduziram a mesma legislação, entre elas mais recentemente Rio e Belo Horizonte.

No final do ano passado, uma série de organizações lançou o programa Cidades Sustentáveis, que visa comprometer candidatos e futuros prefeitos a estabelecer um plano de metas baseado em um conjunto de indicadores prioritários para a sustentabilidade urbana.

Está em tramitação no Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional (PEC 52/2011) apresentada pela sociedade civil que compromete presidentes, governadores e prefeitos em todo o Brasil a apresentar um plano de metas para o desenvolvimento sustentável.

Ao aprovar essa emenda, se possível até a Rio+20, o Congresso Nacional terá dado uma enorme contribuição para o desenvolvimento sustentável do país. Maiores informações sobre essas iniciativas estão no site www.nossasaopaulo.org.br.

A escolha de indicadores e de metas a serem alcançadas é uma escolha política. É a escolha do modelo de desenvolvimento e da sociedade que queremos.

Para termos um desenvolvimento sustentável, que tenha como fundamento a construção de uma sociedade justa e que assegure qualidade de vida para todos, para a atual e as futuras gerações, é fundamental repensarmos nossas prioridades e redirecionarmos nossos olhares. Depende de todos nós e de cada um.

ODED GRAJEW, 67, empresário, é coordenador-geral da secretaria executiva da Rede Nossa São Paulo e presidente emérito do Instituto Ethos. É idealizador do Fórum Social Mundial e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)

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Para o Senegal


Folha de São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 2012

Para o Senegal Dois modelos de máquinas voltadas para a agricultura familiar no Brasil -trilhadora e abanadora- estão despertando o interesse de produtores também do Senegal.

Apoio Projetados para uso em lavouras comunitárias, os equipamentos foram desenvolvidos a partir de máquinas criadas na Embrapa Arroz e Feijão. A empresa desenvolve projeto de apoio à rizicultura no Senegal.

Em francês Com manuais publicados em francês e português, os equipamentos são usados por agricultores que fazem manualmente o processo de limpeza dos grãos na pós-colheita.

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Embrapa põe foco maior no trigo do cerrado


O programa de desenvolvimento do trigo sequeiro para a região do cerrado será retomado e passa a receber uma atenção especial dos pesquisadores da Embrapa a partir de agora.

O trigo irrigado já tem seu espaço na região, mas o sequeiro ainda exigirá muito trabalho dos pesquisadores envolvidos nesse programa.

Edina Moresco, pesquisadora que troca o Rio Grande do Sul pelo cerrado a partir de março, está confiante. É o caso do algodão, diz ela. Antes restrito ao Paraná e a São Paulo, a cultura vai bem nos Estados centrais e na Bahia devido ao desenvolvimento de novas variedades próprias para essas regiões.

O grande desafio será desenvolver uma variedade de trigo para um clima bastante quente, já que o produto é típico de regiões frias.

O calor, no entanto, pode ser um aliado dessa cultura, já que a produção estará isenta de várias doenças típicas de áreas frias e úmidas, segundo a pesquisadora.

O desenvolvimento de novas variedades ou a melhora de outras já existentes para essa região quente é importante porque o país se prepara para futuros problemas climáticos em áreas que hoje não têm problema com seca.

O trigo não vai ser o carro-chefe da produção de grãos da região, mas será um grande aliado dos produtores. Será uma opção de rotação de cultura. O cereal pode ser semeado após a retirada da soja, o que ocorre neste período do ano, e em junho ou julho já estaria sendo colhido.

Além de obter uma renda maior, o produtor estará melhorando o solo com uma palhada maior.

Além disso, os pesquisadores da Embrapa vão investigar a importância da cultura do cereal no combate a doenças em outras culturas, como o nematoide na batata irrigada.

Moresco diz que, além de mais uma opção para os produtores, o trigo vai suprir a demanda de matéria-prima dos moinhos da região.

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Demanda pede novos terminais de gás, diz Graça


No “aniversário” de 2 meses no comando da Petrobras, trazemos a 1ª entrevista de Graça Foster.

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Demanda pede novos terminais de gás, diz Graça

Em 1ª entrevista, nova presidente da Petrobras fala de setor que dirige

De acordo com ela, o preço do gás continuará atrelado à cotação de cesta de combustíveis; valor no país é alto

Divulgação/Petrobras
A nova presidente da Petrobras, Graça Foster, ontem, na sede da empresa, no Rio
A nova presidente da Petrobras, Graça Foster, ontem, na sede da empresa, no Rio

PEDRO SOARES
DENISE LUNA
DO RIO

Em sua primeira entrevista após ser indicada à presidência da Petrobras, Graça Foster deu sinais de que, assim como a presidente Dilma Rousseff, prefere a discrição.

A executiva evitou falar ontem de assuntos fora de sua área de atuação como diretora, a de gás e energia.

“Respondo isso na segunda-feira, após a posse”, disse, ao ser indagada sobre qual será o foco da sua gestão à frente da companhia. Dilma virá à posse da executiva, primeira mulher no cargo.

Graça falou apenas de gás. Disse que a estatal não cogita, sob hipótese alguma, abandonar a “premissa básica” de atrelar o preço do produto à cotação de uma cesta de óleos combustíveis, pois essa é a prática internacional.

O preço alto do gás tem sido apontado pela indústria petroquímica como fator inibidor de novos projetos desse segmento no país.

A executiva, no entanto, não afastou a possibilidade de descontos no preço. “Vai depender do mercado.”

Graça informou que a demanda justifica a construção de dois novos terminais de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL). Um deles começará a ser construído em março na Bahia. O outro poderá ser instalado no Espírito Santo ou no Nordeste.

Também está sendo avaliado um projeto apresentado pelo Rio Grande do Sul, que, além do terminal de GNL, teria fábrica de fertilizante.

ANITA

A diretora disse que a decisão de enterrar uma máquina durante a construção do gasoduto Caraguatatuba-Taubaté, conforme revelou a Folha, foi tomada depois de uma avaliação econômica que mostrou que seria menos dispendioso enterrar a máquina perfuradora de rochas, que Graça chamou de Anita.

“O atraso dessa perfuração ia fazer atrasar a produção de petróleo por não ter onde escoar o gás. Ou você mantém o equipamento enterrado ou atrasa a produção. Optamos por não adiar a produção.”

Segundo ela, a Petrobras deixaria de ganhar

R$ 700 milhões se isso não fosse feito e o enterro da máquina custou R$ 51 milhões.

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Geologia: Brasil intensifica pesquisa por terras raras na Região Amazônica


Data: 18/3/2012
Fonte: iG

Por trás das telas dos tablets, smartphones e notebooks há componentes de alto desempenho tecnológicos produzidos com o uso de 17 minerais que formam um conjunto de óxidos metálicos chamado terras raras. O insumo aplicado em eletroeletrônicos de alto desempenho, como dispositivos de misseis e circuitos de computadores, é alvo de uma disputa acirrada entre China, Estados Unidos, Japão e União Europeia deflagrada nesta semana na Organização Mundial do Comércio (OMC).

É em meio ao contencioso diplomático que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) intensificará no segundo semestre duas pesquisas minerais para descobrir reservas desses insumos nos estados de Amazonas, na região conhecida como Pitinga, e Roraima, no entorno da área chamada de Repartimento. “Vamos fazer uma amostragem geoquímica para ver o teor de terras raras nessas regiões para montar um mapa com informações sobre os resultados”, antecipa o presidente do CPRM, Manoel Barretto.

A investida é parte do programa de nacional de minerais estratégicos elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para avançar sobre insumos que o país depende de importação, como o fosfato utilizado pela indústria de fertilizantes.

Apesar de ter começado no ano passado, com orçamento de R$ 18,5 milhões até 2014, o programa ganha corpo em 2012. “O orçamento para terras raras nesse ano é de R$ 1,35 milhão, mas se os resultados forem bons podemos deslocar recursos de outros minerais. Podemos ir a R$ 4 milhões, R$ 5 milhões”, indica Barretto.

O CPRM detém o direito de exploração sobre as áreas onde a pesquisa ocorrerá. O órgão recolhe as informações e, no modelo vigente hoje, cede os mapas geológicos a mineradoras interessadas em explorar os recursos. Caso o novo código mineral seja aprovado, o CPRM deve leiloar os mapas para empresas interessadas.

A mudança é vista como passo importante para captação de recursos pelo órgão do MME, cujo programa de estudos prevê o avanço sobre novas áreas com potencial de incidência de terras raras. “No ano que vem, vamos trabalhar em muitos mais áreas”, comenta.

Posição ainda modesta

A intensificação das sondagens ocorre após o Mineral Commodity Summary 2011, uma das publicações mais importantes da geologia mundial, elaborada pelo US Geological Survey (USGS – sigla do serviço americano de geologia), indicar o Brasil como uma das possíveis novas fronteiras minerais com mais de 52 milhões de toneladas de terras raras.

Por enquanto, os depósitos brasileiros somam 48 mil toneladas comprovadas. A exploração é feita em baixa escala, principalmente pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “É cedo para falar em números, mas o potencial do Brasil em terras raras é muito grande”, diz o presidente do CPRM.

A China tem 55 milhões de toneladas em depósitos comprovados, o que lhe garante entre 95% e 97% da produção mundial. Em seguida estão países da ex-União Soviética (19 milhões de toneladas), Estados Unidos (13 milhões) e Austrália (1,6 milhão), cujos depósitos não foram explorados devido ao alto custo ambiental e financeiro necessário.

Caso o CPRM comprove o potencial sugerido pela USGS, o Brasil pode ocupar mais destaque no mercado de commodities. Pode ganhar também um peso mais significativo na seara diplomática em torno dos minerais cada vez mais rivalizados por países postulantes a produtores de alta tecnologia, principalmente agora que a demanda mundial coloca China, Estados Unidos, Japão e União Europeia em uma disputa comercial por terras raras sem precedentes. Além incrementar um incipiente e potencial consumo interno com a chegada da produção do iPad pela chinesa Foxcon.

Disputa diplomática

As terras raras ganharam os holofotes do noticiário global em 2011, após a China restringir a exportação do insumo para o Japão.

A decisão de Pequim deflagrou um contencioso diplomático na Ásia, agora com dimensão globalizada após os Estados Unidos, a União Europeia e os japoneses acionarem a Organização Mundial do Comércio (OMC) em processo contra a China por reserva de mercado.

Logo após a decisão comunicada pelo presidente americano Barack Obama nesta terça-feira, o governo chinês se apressou em afirmar que o estabelecimento de cotas para exportação atende é parte da política interna “proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável”.

Pequim mantém para este ano a cota total de 30 mil toneladas para exportação, mesmo volume do ano passado. “Para nós, estas medidas [estabelecimento de cotas] estão de acordo com as regras da OMC”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Liu Weimin.

O embate revela não somente o peso das terras raras para uma economia cada vez mais dependente de equipamentos eletrônicos de alto desempenho, mas principalmente a disposição da China de concentrar em seu território a produção de itens como os tablets.

Foi esse o argumento de Obama ao contestar a China, alegando interesse em manter a produção desses produtos em seu território. “Queremos as nossas empresas a produzir esses produtos aqui nos Estados Unidos, mas para que isso aconteça os nossos produtores têm que ter acesso às terras raras, que a China fornece”, afirmou o presidente americano. “Agirei quando for necessário, se os nossos trabalhadores e as nossas empresas estiverem sujeitas a práticas comerciais injustas”, completou.

Vale estuda minerais

A Vale está flertando com o mercado de terras raras, como parte de seu projeto para ampliar o peso de minerais mais rentáveis a seu portfólio, concentrado em minério de ferro.

A mineradora Vale já anunciou a incidência de terras raras em ativos comprados da Fosfértil e agora faz pesquisas para medir se a incidência dos minerais em suas reservas de fosfato é comercialmente viável.

A empresa não revela detalhes do estudo nem os valores envolvidos na pesquisa. Para este ano, o plano de investimentos da mineradora destina US$ 981 milhões para um programa global de exploração mineral. A divisão de fosfato e potássio, onde pode haver terras raras, recebe US$ 50 milhões.

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Equador tenta recuperar áreas poluídas pela mineração ilegal


Data: 18/3/2012
Fonte: Terra Magazine

Verdadeiras lagoas de água e mercúrio são o fruto das escavações da mineração ilegal na Amazônia equatoriana, que continua a degradar a região em busca de ouro, enquanto o governo tenta recuperar algumas dessas áreas fazendo acordos com as comunidades locais. Na pequena localidade de Conguimi, perdida na Cordilheira do Condor, que é uma joia verde na província amazônica equatoriana de Zamora-Chinchipe, o governo fechou as áreas tóxicas com fitas amarelas que alertam para o perigo.

As escavadeiras perfuravam o solo, de onde saía água que os mineiros usavam ali mesmo para lavar o ouro com mercúrio, segundo Fernando Luna, engenheiro ambiental da Prefeitura de Zamora-Chinchipe. Perto dali, em um campo em Wawintza, a EFE pôde observar como cerca de dez máquinas removiam a terra em busca de ouro, numa área cercada por vários rios. Trata-se de uma atividade ilegal, segundo os habitantes da região, que chegou até a mudar o curso dos rios.

Luna explicou que, frequentemente, os proprietários das terras chegam a acordos para que os mineiros escavem em suas fazendas, mas a atividade polui a água e o solo. O governo realizou operações contra as explorações ilegais, ao mesmo tempo em que tentava desenvolver a mineração em grande escala, fazendo concessões a multinacionais com tecnologia para minimizar o impacto ambiental, diz o engenheiro. No entanto, grupos indígenas e ecologistas se opõem a essa estratégia. Essa rejeição se manifestou em uma marcha, que teve inicio em Zamora-Chinchipe em 8 de março e chegará a Quito no próximo dia 22.

Por outro lado, a Empresa Nacional Mineira do Equador (Enami) chegou a acordos com organizações locais para recuperar regiões danificadas pela mineração ilegal. Uma delas é a associação Kenkuim Kurinunka, com 63 membros, que restaurará cerca de 400 hectares em Conguimi e arredores e depois fará “uma pequena mineração” de acordo com o meio ambiente, segundo seu gerente, Alipio Joaquin Wajari. A Enami assinou convênios similares com um total de três mil habitantes da província, de acordo com Wajari.

“Primeiro vamos tratar o líquido vital, que é a água, misturada com mercúrio, diesel e outros produtos”. O passo seguinte será recolher o mercúrio do solo e reflorestar a área. Wajari explicou que o início das operações está previsto para o final do mês, depois do acordo assinado em fevereiro com o governo, indefinido e de monopólio de exploração, desde que se “cumpram o compromisso” de recuperar as terras e de praticar uma mineração responsável com o ambiente. “Somos daqui, vamos viver aqui a vida toda. Nossos filhos e netos também. Temos que tratar a terra o melhor que pudermos”, concluiu.

O diretor da escola de Conguime, Domingo Ankuash, relatou que durante dez anos praticou mineração artesanal na região, mas que, em 2010, o Governo proibiu a atividade e confiscou as escavadeiras dos mineiros. “O Estado considerou que realizávamos uma mineração irresponsável e ilegal”, apontou. Ankuash assegurou que, a princípio, os mineiros tinham chegado a um acordo com as comunidades para reflorestar a área enquanto a explorassem, mas acabaram sendo desalojados à força pela Polícia. “Todas as poças são ruínas deixadas com a presença do Estado e feitas pelos mineiros”, afirmou.

Na opinião do diretor, o Estado deveria ter “regulado e recuperado as terras” primeiro para depois pedir aos mineiros que se retirassem, “mas não foi assim, simplesmente os desalojaram e nada foi recuperado”. Embora reconheça que a mineração gera emprego, Ankuash lembrou que antes havia “um lindo ambiente e um lindo espaço”. Por isso, ele pediu apoio ao Governo para promover o turismo na região, que é “outra das alternativas que pode proporcionar à sociedade bem-estar e sobrevivência”. “Recuperar as terras e ofertar (…) nossos costumes, gastronomia e rituais”, declarou.

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Gigantes do setor de cana ampliam sistema ferroviário


Data: 1/3/2012
Fonte: Folha de S. Paulo

Dois gigantes do setor sucroalcooleiro vão investir R$ 3,3 bilhões em infraestrutura para reduzir custos e agilizar o escoamento da produção de açúcar e álcool do interior ao litoral de São Paulo.

Veja galeria de fotos de ferrovias abandonadas

A Rumo Logística, do grupo Cosan, planeja operar um novo sistema logístico de R$ 1,3 bilhão até a safra de 2014 da cana-de-açúcar. Já a Copersucar pretende aplicar outros R$ 2 bilhões até 2015.

As duas movimentam a produção de aproximadamente 200 usinas de açúcar e álcool — sobretudo nos Estados do centro-sul do país.

Uma das principais metas com esses investimentos é a ampliação do uso de ferrovias para escoar a produção e reduzir custos com o transporte rodoviário — pedágios e combustível, por exemplo.

Segundo o presidente da Rumo, Julio Fontana, o custo do transporte rodoviário varia muito durante o ano e é pouco previsível. “Já pelo modal ferroviário é possível ter um planejamento melhor e mais estruturado”, afirmou.

Segundo ele, a mudança de modal é uma tendência. Em 2009, apenas 10% da safra chegava a Santos pelas ferrovias. Neste ano, diz Fontana, o percentual deve passar de 50% da produção.

Ainda na safra 2012/2013, a Rumo vai ampliar o transporte ferroviário das mercadorias em 45% e o modal passará a responder por 70% das operações. Fontana não revela quanto a empresa espera economizar com a mudança.

A opção por ferrovias não ocorreu antes, diz o presidente da Rumo, porque foi necessário recuperar parte da malha ferroviária paulista, o que foi feito junto com a ALL (América Latina Logística).

Um dos trechos é entre Sumaré (a 118 km de São Paulo) e Santos, já em obras.

Está em negociação também a recuperação do trecho que liga as cidades de Pradópolis, Barretos e Colômbia, na região de Ribeirão Preto (a 313 km da capital paulista).

No porto de Santos, Rumo e Copersucar construirão, em parceria, uma “pera ferroviária”, estrutura férrea que agilizará o trânsito dos trens na área portuária.

MULTIMODAL

Na Copersucar, o modal ferroviário responde por 50% do transporte de carga e o percentual será elevado para 70% com a conclusão dos investimentos, diz a empresa.

Entre os investimentos programados estão novos terminais multimodais em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, que juntos terão capacidade para movimentar 2 milhões de toneladas de açúcar por ano. A estrutura de Ribeirão Preto deve ser inaugurada em 12 de março e vai conectar a região produtora a Santos, também por ferrovia.

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Para geógrafa, legislação ambiental não impediu sucesso do agronegócio


Data: 1/3/2012
Fonte: PortoGente

Análise apresentada nesta quarta-feira (29), em evento da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados, jogou na balança das discussões sobre o projeto de reforma do Código Florestal o poderio econômico do agronegócio e suas demandas por infraestrutura e menos proteção ambiental.

Doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), Regina Araújo ponderou que o superávit do modelo agrícola exportador nacional parece blindar a economia interna de crises econômicas globais cada vez mais comuns. Levando assim a um cenário onde governos seriam aparentemente obrigados a ceder a suas exigências crescentes por estradas, portos e ferrovias, bem como pelo desmanche da legislação ambiental brasileira.

“Nossas leis ambientais estão em construção desde a década de 1930, e até agora não provocaram nenhum impedimento ao espantoso crescimento do agronegócio”, lembrou a pesquisadora. O Brasil é hoje o segundo maior exportador individual de produtos agrícolas, logo atrás dos Estados Unidos e da União Europeia.

“Essa conquista não é exclusiva do setor, mas do conjunto da sociedade brasileira, que bancou com subsídios e créditos anos de pesquisa e desenvolvimento”, ressaltou.

Observando o bloco econômico europeu, Regina também comentou que lá a agropecuária foi estruturada em pequenas e médias propriedades. Bem diferente do modelo concentrador de terras e renda focado em produzir commodities de exportação e não alimentos para chegarem à mesa dos brasileiros.

Sete em cada dez quilos de soja produzida no Brasil são processados por apenas nove empresas, e destas cinco são transnacionais: ADM (Estados Unidos), Cargill (Estados Unidos), Bunge (Holanda), Louis Dreyfus (França) e Grupo Noble (Cingapura).

Avançando há décadas sempre para onde a terra é “mais barata” e a infraestrutura é precária, setores atrasados do agronegócio pautam governos incessantemente com exigências por asfaltamento de estradas, construção de portos e outras obras embaladas em pacotes como o do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“Mas a sociedade ainda não entendeu a extensão e os reais custos desses projetos, quase sempre destinados a atender demandas setoriais e não aos interesses reais e de longo prazo do país. O país não pode seguir como refém de um modelo perverso de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientais”, disse Regina Araújo.

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Amazônia em 3D: Mapeamento com laser promove estudo da biodiversidade


Data: 4/3/2012
Fonte: IstoÉ

Para o cientista americano Gregory Asner, a Amazônia vista de cima não é apenas verde, mas amarela, azul, rosa, vermelha e laranja. Essa é a visão que ele tem na tela do seu computador depois de sobrevoar uma área com o Carnegie Airborne Observatory (CAO). Trata-se de um avião bimotor dotado de um equipamento que lança lasers sobre a vegetação e cria um retrato preciso e em três dimensões da biodiversidade e geografia locais. É dessa forma que o pesquisador do Carnegie Institution for Science, nos EUA, pretende contribuir para a criação de políticas de conservação do mais rico bioma da Terra.

“Os satélites não mapeiam a absorção e a emissão de carbono ou a diversidade biológica”, disse Asner à ISTOÉ. “O CAO é a mais avançada tecnologia de mapeamento no mundo para esse tipo de estudo. Enquanto o satélite pode ser usado para mapear a cobertura florestal e o desmatamento, nosso equipamento mostra o que há na floresta”, explica. O Lidar, como é chamado, mapeia 360 quilômetros quadrados por hora (entenda o funcionamento no gráfico abaixo).

Arqueólogo usa máquina para escanear pedrais localizados no rio Madeira, em Rondônia

Tecnologias desse tipo se tornam cada vez mais comuns – e necessárias – para o estudo e consequente conservação de riquezas como as florestas e evidências deixadas por civilizações extintas. É o que está acontecendo no rio Madeira, na área que será o reservatório da usina hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho (RO). Antes que a água tomasse conta do local para sempre, uma equipe de arqueólogos fez o escaneamento dos chamados pedrais, que possuem inúmeras gravuras rupestres.

“O aparelho transforma o desenho em uma nuvem de pontos, permitindo reconstruí-lo em laboratório”, diz Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa que realizou o mapeamento. Em breve, os dados estarão disponíveis para pesquisadores. Ironicamente, nunca foi tão fácil estudar os pedrais. Asner, do CAO, quer agora mapear a parte brasileira da Amazônia – seus parceiros atuais estão em países como Peru, Colômbia, Equador e Panamá. “A principal barreira agora é conseguir financiar essa parte do estudo. Talvez no futuro”, finaliza.

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